sábado, 31 de julho de 2010

Sentimental.

Há dias em que ela não diz quase nada. Nem para ela mesma, nem para o outro ou para quem passava na rua. Ela gosta de silêncios e olhares perdidos no meio de conversas sinceras, ela tem aquele jeito despreocupado, uma mania de fazer rodeios e não ser direta. E isso não quer dizer que não seja sincera consigo ou com os outros. É que ela não gosta do óbvio, gosta de fazer com que você descubra o que ela quer. Sutilmente. Sem forçar a barra, ela tem aquele quê de mistério bonito, que te faz desejar o par de olhos brilhantes que ela tem, aquele sorriso bonito que é abrigo e te faz tentar decifrá-la. "Se ela te fosse direta, você a rejeitaria..."

sábado, 17 de julho de 2010

Do Amor, o verdadeiro Amor.



"Me ama com a força de um furacão, sou como um árvore balançando na direção de Seu vento e Sua misericórdia..."

"How He Loves", John Mark Mcmillan.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Confissões - parte 4


Alguém disse que paixão dura até dois anos e que muitos casais se separam depois desses tais anos juntos, a maioria separa porque vê que não era amor, que era apenas fogo, paixão e que não conseguem mais dividir cama, mesa e banho.
Casamento é coisa séria. Eu não fui pedida em casamento, eu aliás nem queria começar a namorar, sempre quis estudar, alçar novos vôos e quando pensasse em namorar, seria algo sério. Careta, eu sei. Careta para os dias de hoje, mas não ligo, essa foi minha educação e não me arrependo de ter esperado tanto e respeito quem pensa diferente.

O Tiago apareceu na minha vida numa época muito tensa, eu era uma moleca, ia trabalhar de all-star, calça larga, camisa de futebol e cabelo amarrado. Nós nos tornamos bons amigos, ele estava envolvido num relacionamento sério com outra pessoa e eu envolvida com meus próprios planos: a faculdade, o estágio na TV e um horário doido para trabalhar (madrugada cercada por homens, graaaandes profissionais que me ensinaram quase tudo o que sei). Tempo depois, ele e a namorada da época (hoje uma amiga minha) terminaram e nossa amizade se intensificou. Simplesmente porque tinha que ser e a gente quis investir em algo mais sério. Minto. Ele quis investir, eu relutei. Me fiz de difícil, de quem não queria nada com ninguém... mas me rendi. Ele conheceu minha família, eu conheci a dele, a amizade e parceria só aumentou. Um ano depois ficamos noivos e depois resolvemos casar.

No final de 2010, comemoraremos dois anos de casamento, as tais bodas de algodão. Não serei hipócrita: não foi tão fácil quanto as novelas, os contos de fadas e toda essa banalização de relacionamentos nos mostram. As qualidades e os defeitos afloram mais quando se vive junto com alguém, fui percebendo e descobrindo coisas que, antes, nem imaginava. Percebi que o café que ele faz é mais gostoso que o meu, que ele sempre deixará a toalha em cima da cama ou do sofá, que eu ainda tem medo da panela de pressão, que não gosto de dormir sozinha, mas não consegue dormir abraçadinha igual naqueles comerciais (afinal é preciso espaço!). Realizei o quanto sou chata quando estou na TPM, admiro o lado gentleman dele quando me pega no colo (depois capotar de cansaço no sofá) e me coloca na cama, dou risada e acho raiva - e quase sempre graça - do jeito Shrek de ser dele quando está jogando videogame e eu passo na frente da TV. Não consigo entender como gosto mais de futebol do que ele (afinal ele prefere as novelas e briga comigo quando torço contra o casal protagonista), ele se irrita comigo quando esqueço de pagar aquela conta que ele pediu, eu morro de raiva quando ele esquece de fazer qualquer coisa que pedi também e por aí vai... Coisas simples e sérias, se não forem bem resolvidas podem se tornar uma bola de neve!

Durante todo esse tempo tivemos que gritar, calar, aprender, ensinar, amar, fazer bico, ceder espaço, dar mimos. Eu me tornei mais mulher, pinto as unhas e os cabelos de vermelho, aprendi a cozinhar e às vezes trabalho 12 horas por dia. É, eu cresci. E ele também. Vez em quando passa dez dias na estrada e apenas um em casa, mas criamos um lema nosso e o levamos a sério: "não importa quanto tempo ficamos longe um do outro, temos que fazer valer a pena o tempo juntos". Ficou assim combinado e tentamos aproveitar cada segundo juntos.

A gente sempre deixou as coisas acontecerem naturalmente, sem forçar a barra, respeitando o tempo e o jeito um do outro. Logo, fará quatro anos que começamos o nosso e-terno namoro e as coisas só melhoram e se intensificam. E... bom, não só as coisas boas se intensificam. O jeito irritante (dele), a teimosia (minha), as caras feias e, vez em quando, fechadas (nossas) também. Tudo isso vai aumentando e a gente vai se amando, se entendendo, se rendendo, se completando.

E eu, aqui, termino mais essa confissão.

PS: Bem "querido diário" mesmo, saudade de escrever algo pessoal.

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Pra relembrar:
Confissões, parte 1.
Confissões, parte 2.
Confissões, parte 3.